O que leva a existência de atividades em que as empresas alcançam prosperidade e longevidade e outras sucumbem no caminho? São diversos fatores envolvidos, mas alguns deles são mais marcantes. O primeiro é ter gestores que saibam atrair e reter para sua empresa pessoas comprometidas, preparadas e que tenham foco na evolução da atividades; que tenham devidamente acompanhados os indicadores da atividades como fluxo de caixa, resultado operacional (Quanto sobra antes dos custos financeiros), resultado líquido e os pontos de equilíbrio (Quanto a organização precisa faturar para não ter lucro e nem prejuízo); uma demanda continuada e ascendente de mercado; gestão que trate das maiores fontes de despesas, especialmente compras. Afinal empresa que compra bem consegue, também, vender com competitividade. As empresas prósperas também contam com gente experiente e, com isso, são mais assertivas em funções chave e estão sempre sintonizadas as mudanças vividas pelo mercado, inclusive analisando o próprio ciclo de vida da atividade. Tais empresas têm cautela na concessão de crédito e valorizam sua liquidez financeira de segurança, sem deixar de ser ousadas no olhar para o mercado e as oportunidades que ele oferece nacional e internacionalmente, via oportunidades de conexão.
De nada vale investir pesado num tipo de atividade em declínio, ou seja, que vem sendo superada por tecnologias entrantes (Inteligência Artificial, Robótica, Internet das Coisas…) . Ou eu remodelo a atividade para o que vem ou há o risco de simplesmente a atividade deixar de existir com o tempo. Foi o caso dos jornais impressos e das gráficas que, gradativamente, estão sucumbindo as tecnologias digitais, cada vez mais intensas e ascendentes. Precisaram aumentar o mix de serviços ou se reinventar. Quem segue no mercado se reinventou e busca formas de manter a funcionalidade núcleo do passado, mas com uso de novas tecnologias e formas de relação.
O fato é que ser empreendedor é um desafio contínuo, especialmente na formação de um bom time, com pessoas que tenham as competências certas (Conhecimento – Habilidade – Atitude) dentro do que a organização precisa. Quando não há o cuidado com tais competências a organização acaba tendo, desde o ingresso do profissional, que se adequar ao que ele oferece e não ao que a empresa necessita. Além de tudo isso vem o agravante do saber mobilizar as novas gerações, pois, em sua grande maioria, gestores das empresas são de outras gerações e têm dificuldades em entender que os jovens possuem outras prioridades e formas diferentes de entendimento do que é trabalho e como querem o trabalho em suas respectivas vidas. Não que não tenham condições e capacidade de entregar tanto quanto as gerações atônitas em relação a eles esperam. Podem, sim, entregar mais e melhor, mas com relacionamentos dentro do que estabeleceram como ideal para si.
Em resumo, as variáveis que envolvem a existência de empresas de alta prosperidade envolvem tudo o que citamos e mais um pouco. Até mesmo o fator sorte, presente na vida de muitos mega empreendedores. Nosso pioneiro industrial Francesco Antonio Matarazzo (1928 e 1931), em São Paulo, contou com o fator sorte em algumas negociações que se envolveu na importação de farinha. O que nunca lhe faltou foi coragem, perseverança, obstinação e contar com parceiros certos para a materialização de seus sonhos, atributos que complementam o que já evidenciamos no perfil de empresas que alcançam prosperidade.
Dizia o escritor inglês Oliver Goldsmith (1728-1774), algo muito atual: “A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois da queda.” Todos, mas todos os empreendedores bem sucedidos, viveram, sim, altos e baixos e tiraram proveito do aprendizado dos momentos de dificuldade para planificar o futuro e correr atrás da materialização de seus respectivos sonhos e novas etapas evolutivas.
Por Marcelo Silveira Dalle Teze, consultor especializado em potencializar atividades empreendedoras