O ano de 2052 será marcante em cada município de nosso país. Um ano em que as comunidades estudam novas formas de aproveitamento da água, através de leis municipais de incentivo ao uso de cisternas. Cidades que, como o país, estarão vivendo um social-capitalismo, quando pelo menos 50% da população terá um ganho vida, necessário para mover as engrenagens do capitalismo. Suas vagas de trabalho estarão ocupadas por robôs dos mais diversos que passam a integrar o ambiente de trabalho, desde o atendimento do comércio que imprimirá até roupas em 3D até em atividades mais especializadas, como realização de procedimentos cirúrgicos de alta complexidade.
E a metade restante da população? Estará em pleno trabalho, com ótima remuneração, por trás do desenvolvimento de softwares e robôs sofisticados. A maioria dos humanos com maior desenvolvimento profissional terão alguma modificação cerebral com coprocessadores – conexão do córtex humano e a nuvem.
As partes velhas das cidades continuarão com seu charme, relembrando as fases nostálgicas dos anos 2020. Novos prédios, em tamanhos menores, estarão povoando novas áreas urbanas e habitats que privilegiam o contato com a natureza, nas proximidades de matas e lagos. Não haverá distinção entre muitas cidades, que se fundirão.
Os prefeitos estarão discutindo a extinção dos Cemitérios do Perímetro Urbano, trabalhando a intensificação das atividades do Incinerador Mortuário, o que daria mais espaço para revitalização urbana bem como a aplicação de planos de reciclagem completa dos antigos aterros sanitários, com revitalização de tais espaços para outras utilidades.
O trânsito estará menos congestionado com muitos carros autônomos. Existirão também muitos carros voadores, que, com decolagem vertical, ganharão espaço no mercado e os Aeroportos Regionais estarão recebendo aeronaves maiores, com mais conexões para outros pontos do Brasil, facilitando a integração mundial. O etanol ganha espaço e é uma energia limpa mais valorizada do que a elétrica que consome mais do que as redes podem suprir.
O comportamento das pessoas será diferente, com uma conectividade a grande rede de forma mais intensa e presente, potencializando o uso da inteligência artificial aumentada. O Metaverso está consolidado com sistemas implantados cerebralmente permitindo conectividades inimagináveis no início dos anos 2000. A realidade virtual estará onipresente. As pessoas viverão dois mundos: o virtual e o real, fazendo uma simbiose e confusão por tal realidade vivida, o que gerará sérios debates sobre condutas éticas, segurança e desenvolvimento e demandas por tratamento comportamentais nunca antes trabalhadas.
O comércio de robôs domésticos, de atuação comercial, industrial e de relacionamentos se intensificará, sendo uma realidade para os mais ricos e o sonho de consumo da maior parte da população. Também existirão os avatares, robôs burros que, conectados na rede, poderão ser comandados à distância por técnicos que poderão efetuar consertos de máquinas e equipamentos sem estar pessoalmente no local.
Na agricultura o cultivo de insetos ganha espaço para fortalecer a venda de proteína animal e surge o debate para emprego da agricultura verticalizada.
Os debates envolverão formas de enfrentar as descriptografias e a segurança de dados, com a adoção da computação quântica, infinitamente mais poderosa do que décadas antes, podendo quebras proteções de dados antes intransponíveis.
Softwares e hardwares integrados, com estruturas robóticas sofisticadas intensificarão a produção de robôs humanoides numa fase em que a cidade vê mais computadores com inteligência superior a humana do que pessoas e mais equipamentos robóticos em operação do que trabalhadores nas indústrias.
Em discussão na sociedade o direito ou não de voto de tais humanoides e a ética de relação entre eles e os humanos numa fase em que brasileiros se preparam para viagem, sem volta, para Marte que, a partir de explorações mais profundas, confirma a existência de outros seres inteligentes no Sistema, interagindo com eles.
Crenças, culturas das décadas anteriores estarão sob questionamento com o individualismo interconectado se intensificando e a democracia – governo da maioria – também será alvo de debates. Afinal o crescimento populacional gigantesco de estrangeiros, com a imigração para o Brasil, colocará o controle do país nas mãos de “forasteiros” se as regras do jogo permanecerem iguais…
As pessoas continuarão sonhando, realizando, fracassando, amando, odiando, enfim, vivendo um mundo que não nos pertence, mas à elas será o que existe e é aproveitado exigindo, sempre, coragem, garra e muita determinação na luta pelo desenvolvimento e bem comum.
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