Olá. Eu você, nós somos como um grãozinho de areia dividido em um milhão de vezes num grande deserto. Se imagine um grãozinho de areia dividido em um milhão de vezes num imenso deserto. Somos pequenos, né? Mas, ao mesmo tempo somos o centro do mundo. Pois a vida gira no nosso entorno, como um filme e temos condições, mesmo como aquele grãozinho de areia dividido, de mudar o enredo de nossas histórias. Somos, portanto, o extremo do nada e do tudo, mas temos uma capacidade de transformação incrível.
Neste natal celebramos o nascimento de Cristo. Nos reunimos, confraternizamos e de forma tradicional e repetida relembramos a trajetória de vida do Salvador. E depois, segue a vida… Mas que vida???? Baseada no fraterno…? Será??? Boa parte das pessoas busca o bem de fato, mas até que ponto gera transformações.
Pense. Se refletirmos bem concluiremos não é preciso conquistar mundos, mas apenas ter coração para alcançarmos o bem comum verdadeiro e justo.
Se este mundão fosse verdadeiramente justo mudanças incríveis poderiam proporcionar transformações até hoje inimagináveis e que, reflita, não estariam distantes do que as forças divinas do bem buscam efetivação, seja na fé que for:
Um mundo verdadeiramente justo teria imensas mudanças:
A filantropia desapareceria, pois as riquezas seriam distribuídas igualitariamente para todos, não havendo concentração extrema de dinheiro na minoria e de miséria na maioria da população mundial que passaria a desconhecer, inclusive, a fome.
Os supostos lesados com a redistribuição financeira seriam os primeiros beneficiados, com nova realidade de vida para as novas gerações, inclusive com fim de muros, grades e liberdade plena em viver praticamente sem ameaças e violência.
O poder. Haaaa o poder. Ele seria inútil e desnecessário, inibindo guerras, conflitos e posturas ditatoriais voltadas exclusivamente a reconcentrar riquezas e benesses.
A ganância daria lugar a fraternidade igualitária com o esforço, por senso comum, de haver pertencimentos similares entre os indivíduos.
Muitas religiões ruiriam. Afinal sem a necessidade de vender esperança de dias melhores e buscar o devido pagamento pelo uso da fé só sobreviveriam organizações religiosas de essência verdadeira na revelação do mundo espiritual existente. O mesmo ocorreria com governos inúteis, corruptos e centralizadores.
O egoísmo daria lugar a solidariedade inibindo violência, corrupção e intolerância. A solidariedade, a igualdade, a tolerância e o respeito ao outro seriam disciplinas prioritária no ensino.
O desconstruir daria lugar ao construir com o fim de guerras, conflitos, discussões ideológicas e descontinuidades evolutivas.
Não seria necessário privatizar as estruturas públicas. O espaço para trabalho seria dado a quem tivesse prazer em servir e capacidade de contribuir, inibindo necessidade de terceirizações reconcentradoras de capital ou servidores mega valorizados.
Haveria meritocracia também, com um pouco mais de valor – sem tantas desigualdades claro – a quem viesse a se preparar e contribuir na edificação de uma sociedade mais justa.
A vaidade daria lugar a felicidade compartilhada, pois sem diferenciação excessiva não haveria o que se vangloriar.
Os ditos injustiçados perderiam seu discurso. Afinal a essência da justiça seria a igualdade e não fazer ao outro o que não gostaria que fizessem com você.
O pertencimento existiria parcialmente. Afinal a vida é rápida e não somos, estamos sendo. E aquilo que edificamos passaremos adiante a outros viventes que estarão chegando…
As pessoas ganhariam para viver, trabalhando ou não. E as que desejassem trabalho, por vocação, preparo e amor, teriam compensação justa para si.
Os ditadores dariam lugar a conselhos em que “acertos” seriam deixados de lado pois, a nova sociedade, por essência, não aceitaria, naturalmente, muitas diferenças de posses entre as pessoas.
Este novo mundo não seria nem socialista e nem capitalista. Seria uma terceira via, em que não há ditadura, há socialização, mas a meritocracia também ganharia valor, assim como o respeito ao outro, com a redução significativa das diferenças e avanços na redistribuição de riquezas.
Este mundo é possível? Talvez: o capitalismo com a robótica, com a informática está demandando cada vez menos profissionais. Está excluindo pessoas do mercado de trabalho e eliminando renda da economia mundial. Sem consumo, a economia não gira e sem giro econômico, o próprio capitalismo poderá entrar em colapso pela reconcentração de riquezas que naturalmente promove, podendo nos levar a um desequilíbrio social sem precedentes. Já socialismo não contempla a meritocracia e vivenciou, historicamente, o desvirtuar ditatorial num modelo que perdeu espaço por proporcionar baixa evolução social.
Para chegarmos a este mundo dos sonhos devemos construí-lo em nossas mentes e nossos corações. E começarmos a materializá-lo em nossos pensamentos e em nossas atitudes. Desprovidos de vaidades e da ganância, cânceres supremos da verdadeira justiça social, poderemos, com o passar do tempo, lançar sementes que, bem regadas, poderão gerar frutos transformadores.
Podemos proporcionar o germinar de uma nova consciência… Peço que lembre de que não é preciso conquistar mundos, mas ter apenas coração. Precisamos dar os primeiros passos. E na busca pelo bem comum reside a fé no seu ápice de transformação. Algo que não se materializa por atitudes isoladas.
Boas festas a você e aos seus com atitude para transformar. Poderá demorar anos, décadas mas, quem sabe, se efetive a justiça que tanto buscamos. Uma justiça que, verdadeiramente, faz com que ninguém saia perdendo…
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